DISCOGRAFIA

Doa A Quem Doer (2011)

Produzido pela banda, ao lado de Adair Daufembach, o álbum é todo cantado em português, para facilitar a interação da banda com o público. São 11 patadas na cara, que nos dá vontade de chutar tudo o que vier pela frente. Guitarras velozes, bateria precisa e vocais nervosos são os destaques de Doa A Quem Doer. Dá pau em qualquer banda gringa do estilo.
Como foi dito, as letras são de fácil acesso para o público (vale lembrar que o álbum está todo disponível em Download gratuito no site da banda), pois relatam a realidade que o nosso país vive atualmente, desde a violência, corrupção, mídia, injustiça.

Tirando as instrumentais 809072 (intro) e #46, temos as explosivas Atrás das Linhas Inimigas, Impunidade, Violência Gratuita, Capa De Jornal (seu primeiro clipe), Se Quiser, Dor, No Rastro Do Medo, Amanhã Negro (com a participação de Dijjy, do Ponto Nulo do Céu) e Acorda Pra Vida.

Com ajuda das redes sociais (leia-se Facebook), o Project46 tomou de assalto toda a cena, inclusive foi personagem do episódio que vamos comentar: durante a reportagem sobre o futebol americano, em que o Corinthians jogava, um jogador fez três touchdowns e pediu uma música para o Fantástico. MAS, a Globo (sempre ela!) fez uma mudança drástica. Paulo Sérgio, jogador do Corinthians, era fã do Project46 e pediu a Se Quiser, mas a emissora colocou a música com o mesmo nome, mas da cantora Tânia Mara (!).

O jogador ficou decepcionado e criticou a atitude covarde da Globo, que fez com que os fãs da banda também protestassem, por meio das mídias sociais. Emocionada, o Project46 fez o clipe do Se Quiser, com direito a vários jogadores de futebol americano. O clipe foi um dos mais acessados do Youtube, com mais de 300 mil visualizações, desde o dia do lançamento.

Doa A Quem Doer ainda colhe os frutos, ao fazer vários shows com as bandas Claustrofobia (no Pest Fest), Biohazard, até mesmo no Chile, onde tocaram no Maquinária Fest, com as bandas Stone Sour, Kiss e Slayer. Neste festival, registraram mais um clipe para o Acorda Pra Vida.

Nada mal para quem começou com o pé direito, chutou e correu pro abraço.

Formação:

Caio MacBeserra – vocal
Jean Patton – guitarra/vocal
Vinni Castellari – guitarra
Rafa Yamada – baixo/vocal
Guilherme Figueiredo – bateria 

Tracklist:

1)809072
2)Atrás das Linhas Inimigas
3)Impunidade
4)Capa de Jornal
5)Se Quiser
6)Violência Gratuita
7)Amanhã Negro (com Dijjy, do Ponto Nulo do Céu)
8)#46
9)Dor
10)No Rastro do Medo
11)Acorda Pra Vida


Fonte/Resenha: Whiplash


Que Seja Feita A Nossa Vontade (2014)

Primeiramente deve–se salientar que novamente Adair Daufembach, assim como em seus projetos anteriores, repetiu com maestria a excelente produção, todos os instrumentos estão perceptíveis. Detalhe para a ótima presença do baixo de Rafa Yamada, mas pra quem conhece os seus demais trabalhos sabe que o instrumento sempre tem um papel relevante nas músicas.
“Que Seja Feita Nossa Vontade”, nome alusivo ao trecho de uma oração Cristã, porém com o sentido reverso, apresenta além de um maravilhoso instrumental recheado de riffs e solos incríveis uma excelente critica a política, religião, violência e desigualdades sociais. Algo que há tempos a cena nacional vinha devendo.

O disco abre com “Caos Renomeado”, uma critica ao papel alienador que a imprensa exerce. A música já esta inclusive com seu vídeo clipe sendo gravado. Na sequencia “Foda–se” traz uma mensagem de repudio àqueles que não assumem seus atos.

“Erro +55” merece destaque, a música descreve de forma sublime o sistema existente. É um verdadeiro tapa na cara dos políticos corruptos. A quarta faixa “Desordem e Progresso” apresenta a mesma ideia, porém agora nos convida a lutar contra todos os problemas que tinham sido colocados na música anterior.

Em seguida vem “Carranca” sua letra deixou um pouco a desejar, mas fato este passa despercebido pelo instrumental executado. A música abre com a típica sonoridade do samba que a acompanha todo o tempo, destaque a performance do batera Henrique Pucci que fez uma brilhante estreia em estúdio com as baquetas da banda. Outro ponto a destacar é o belo solo de guitarra que termina resultando em uma tradicional vinheta utilizada nas antigas transmissões de futebol.

“Na Vala”, é uma das mais gratas surpresas e mostra que provavelmente o Rap também colaborou na construção do conteúdo do álbum. Há música que na maior parte do tempo todo flerta entre o estilo e o Metal narra a historia de um caso de violência, o que já passou a ser corriqueiro principalmente nas grandes cidades.

“Empedrado” foi a primeira faixa a ter sua versão de estúdio lançada, apresenta uma excelente critica ao descaso das autoridades para com os viciados em drogas, ressaltando que muitas vezes o vicio é a única alternativa encontrada pra esquecer a situação de fome e frio em que encontram – se nas ruas.

Na sequencia “Veneno” conta a história de alguém que se deixou levar pelos vícios, mas que consegue se recuperar e agora luta contras as recaídas. A nona faixa “Em nome de quem?” aborda as falhas cometidas pelos políticos e pelos “falsos profetas” responsáveis por alienar a população em busca de voto e dinheiro.

O disco fecha com “Vergonha na Cara” a mais curta do play, porém a que melhor casou uma ótima letra com um excelente instrumental. A música sem papas na língua aborda os diferentes problemas de nossa sociedade, e fecha o trabalho com chave - de - ouro.

Que Seja a Nossa Vontade é um dos melhores discos já feito nesse país. Possui uma sonoridade que pode agradar a todas as gerações de ouvintes de metal, desde os mais Thrash até os simpatizantes de influencias contemporâneas. Portanto aqueles que gostam dos gêneros de guitarras distorcidas não podem deixar de conferir esse álbum.

Formação:
Caio MacBeserra (Vocal)
Jean Patton (Guitarra)
Vini Castellari (Guitarra)
Rafa Yamada (Baixo/Vocal)
Henrique Pucci (Bateria)

Track List:
01 – Caos Renomeado
02 – Foda – se (se depender de nós)
03 – Erro + 55
04 – Desordem e Progresso
05 – Carranca
06 – Na Vala
07 – Empedrado
08 – Veneno
09 – Em nome de Quem?
10 – Vergonha na Cara


Fonte/Resenha: Whiplash

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